ANTISSEMITISMO: Doença da Alma

David Zumerkorn

25/06/2025 - 19:07

Antissemitismo: Doença da Alma. 5

Há feridas na humanidade que atravessam os séculos. O antissemitismo é uma delas. Ele muda de forma, se adapta ao vocabulário da época, veste trajes ideológicos distintos — mas sua essência é sempre a mesma: o ódio profundo e irracional contra o povo judeu.

Esse não é um ódio político comum. É espiritual. É uma rejeição à missão moral que Israel carrega consigo. A Torá nos ensina que o antissemitismo é, acima de tudo, uma doença da alma. E como toda doença espiritual, ela exige uma cura de dentro para fora.

A Luz é Torá. Seu brilho afasta as trevas do ódio e guia a alma em direção à verdade. Não à toa, nossos sábios ensinam: אורה זו תורהLuz é Torá, pois se aplicarmos a transformação cabalística Atbash à palavra אורה  “Orá” (luz), a letra Alef א se altera em Tav ת  — transformando luz em תורהTorá. Luz e Torá são, no fundo, expressões do mesmo antídoto.

O ódio gratuito: Amalek

Logo após o Êxodo do Egito (Êxodo 12:29–51), surge Amalek (Êxodo 17:8). Não tinha razões políticas ou disputas territoriais. Ele atacou os mais fracos, os cansados, os que estavam na retaguarda. Amalek é o símbolo do ódio pelo ódio.

Em hebraico: Amalek  עמלק — cujas letras somam 240 (70+40+30+100), o mesmo valor 240 (60+80+100) de Safek ספק, que significa “dúvida“, ou da palavra leharev לחרב (Destruir, arruinar) – 240 [30+8+200+2].

Amalek não só ataca fisicamente, mas espiritualmente: ele lança dúvidas, esfria a fé, relativiza a moral. Como diz o versículo em Deuteronômio 25:18:

“אשר קרך בדרך” — “Ele te esfriou no caminho.”

E como isso se manifesta hoje?

“Se Israel cai, nós ganhamos”diz um ativista acadêmico.

“Devemos apoiar qualquer regime que enfraqueça Israel, mesmo que sejam ditaduras. Os fins justificam os meios.”

“Pragmatismo em favor da causa”diz um influenciador digital.

“Não importa se o governo oprime minorias. Se ele é contra Israel, é nosso aliado.”

Percebe a lógica? Renuncia-se a todos os princípios — liberdade, democracia, direitos humanos — desde que sirvam para atacar Israel. É Amalek reencarnado.

Balak e Bilam: palavras como armas

Na Torá, encontramos Balak, rei de Moabe (Moav), e Bilam, um profeta que vende seus dons. Eles tentam amaldiçoar Israel, mas suas palavras acabam transformadas em bênçãos: “מה טובו אוהליך יעקב” — “Quão belas são tuas tendas, ó Jacob.

Há uma sabedoria profunda na forma como seus nomes se conectam:

  • Balak: ב-ל-ק
  • Bilam: ב-ל-ע-ם

As letras finais de seus nomes formam “לקעם” — que pode ser lido como “li-kaem” (para ferir, “para atacar”) ou remeter à raiz מ.ל.ק, usada no Templo para designar a decapitação ritual dos sacrifícios alados (meliká), simbolizando corte, destruição, violência espiritual. Além disso, as letras finais de Balak (ק) e Bilam (ם) juntas formam a palavra קם (kam), que significa ou ‘inimigo’, ou ‘levantar-se’, uma clara alusão a Amalek, o arqui-inimigo de Israel, reforçando a ideia de que o ódio e a oposição ao povo judeu são manifestações de uma mesma força maligna.

E o mais incrível, as letras finais de Bilam  ע-ם e Balak ל-ק, formam o nome  עםלק Amalek.

Balak e Bilam queriam cortar a cabeça espiritual de Israel. Mas falharam. O Eterno transformou a maldição em bênção.

“Ameaça estratégica global” – diz um analista político.

“Se regimes teocráticos como o do Irã pressionam Israel, vale a pena fechar os olhos para suas violações.”

O Amalek contemporâneo

Hoje, Amalek aparece com novos nomes:

– Nos aiatolás do Irã, e de outros países que clamam pela destruição de Israel.

Em grupos terroristas, Hamas, Hezbollah, Jihad Islâmica e diversas facções salafistas, que veneram o martírio e pregam genocídio em nome da fé.

Em neonazistas que pregam conspirações racistas.

Em intelectuais, ONGs e alguns universitários, que disfarçam o discurso antissionista e antissemita com um verniz de justiça social, não sendo mais que uma dissimulação moral para perpetuar o mesmo antigo ódio.

“Solidariedade às resistências”diz um líder estudantil internacional

“Devemos apoiar todos que enfrentam Israel, mesmo que persigam seus próprios cidadãos. Devemos dar suporte aqueles que querem destruir Israel, ainda que estejam totalmente desalinhados com nossas premissas fundamentais.  O foco é o “inimigo comum – Israel”,

Negar a existência de Israel não é crítica política — é uma recusa espiritual. É dizer: vocês não têm lugar no mundo. Não como Estado. Não como povo. No fundo, Amalek quer impossibilitar que as pessoas sintam a presença de D-us no mundo, e o Povo de Israel é o alvo principal, já que propaga com fidelidade ímpar, a palavra de D-us, ou seja, a Luz Divina há milhares de anos no mundo.

Israel: cabeça espiritual do mundo.

O nome ישראל  (Israel) tem guimátria 541 (10+300+200+1+30). Também pode ser lido como “ראש ליRosh Li” — “a cabeça é minha”. Israel é a cabeça espiritual das nações, a consciência moral, o chamado à responsabilidade. ישראל  (Israel) é também interpretado como o acróstico de Yaacov, Sará, Rachel, Avraham e Lea, unindo patriarcas e matriarcas.

Outra análise do nome ישראל (Israel) pode ser א-ל ישר (Yashar Kel – Correto com D-us). Enquanto Amalek é corrupto material e espiritualmente, Israel é o oposto.

É isso que incomoda Amalek. É isso que Balak e Bilam quiseram cortar. É isso que hoje, tantos opositores ao Povo e Estado de Israel tentam apagar.

Da dúvida à verdade: a cura espiritual.

Se עמלק Amalek 240 (70+40+30+100), é dúvida e destruição, a cura é a verdade: אמת  (Emet) — que soma 441 (1+40+400). A diferença de valores é 201.

Temos em hebraico a palavra קצהו (Katzêhu) seu limite ou seu fim”, cujo valor numérico é 201, precisamente a diferença entre אמת (Verdade = 441) e עמלק (Amalek = 240). Nada mais simbólico.

Amalek representa a dúvida que esfria, o cinismo que paralisa, a escuridão que desacredita. A verdade, por outro lado, não grita — ela ilumina. E quando a luz da verdade brilha, Amalek atinge seu קצהו (Katzêhu) — seu limite. Não por força, mas por evidência. Essa diferença de 201 não é apenas matemática — é existencial. Representa o espaço que separa quem vive na negação do Divino de quem atravessa a fronteira rumo à consciência superior.

A verdade não apenas derrota Amalek — ela o limita. Onde há luz, não há espaço para a dúvida.

A verdade (אמת Emet)  é composta pela primeira letra (א), a do meio (מ) e a última do alfabeto hebraico (ת). Verdade do início ao fim. Isso é unidade. É clareza.

Enquanto o antissemitismo é uma doença da alma que rejeita a luz, a verdade é o remédio que cura, revela e transforma.

O antídoto para o antissemitismo e o antissionismo é a disseminação da Luz da Torá. A Torá da verdade.

As doenças que geram o antissemitismo e o antissionismo são espirituais, isto é, a corrupção espiritual. Por isso, a resposta (luta) precisa ser espiritual:

  • Fortalecer a união do Povo de Israel.
  • Estudar e viver a Torá com mais intensidade.
  • Disseminar luz onde há escuridão.

Conclusão: Lembra-te de Amalek

O antissemitismo é o veneno da alma que rejeita a presença de D-us. Ele assume muitas formas — Amalek, Balak, Bilam, ideólogos, fanáticos, políticos, mas todos têm o mesmo DNA espiritual: negar o propósito moral do mundo.

Mas assim como Bilam não conseguiu amaldiçoar, também hoje, as mentiras se desfazem diante da luz. O Rebe de Lubavitch diz: a escuridão não é espantada por vassouras e bastões, mas pela luz – “Um pouco de luz espanta muita escuridão.”

Em Deuteronômio (25: 17 a 19) temos: Zachor et Asher Asá Lechá Amalek — “Lembra-te do que te fez Amalek. Não esqueças”. Não ignores. Ilumina com a Torá.

A luz da Torá vence as trevas. Sempre.

E por fim, com a chegada de Mashiach (Messias), todas essas impurezas espirituais irão desparecer. Que seja em breve, amém.

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