DIA DOS NAMORADOS – 15 de Av (Tu beAv)

David Zumerkorn

08/08/2022 - 13:15

DIA DOS NAMORADOS – 15 de Avi (Tu be Avi)

Homenageie um ente querido

Para a elevação da alma de Yaacov Leibi ben Zyndel ZייL ל”נ יעקב לייב בן זינדעל ז”ל

Um dos dias mais felizes do calendário judaico é Tu be Avi, ou seja o 15º Dia do mês de Avi.

O nome Tu be Avi deriva do seguinte: Em hebraico o número 15 é composto pela soma de duas letras: A letra Yud (י), que vale 10, com a letra Hei (ה), que vale 5. Entretanto, quando juntamos essas duas letras formam-se um dos Nome de D-us. Assim, para não confundir o numeral 15 com o Nome de D-us, usamos a junção de outras duas letras, a letra Teti (ט), que vale 9 com a letra Vavi (ו), que vale 6, formando 15. O som que é gerado por essas duas letras juntas é o TU (טו). Assim temos TU (טו) be Avi, que significa 15 do mês Avi, que é o quinto mês a partir do mês de Nissan (quando os judeus saíram do Egito).

Trata-se de um feriado antigo e moderno. Originalmente um dia de alegria pós-bíblico, e serviu como um dia de casamento para mulheres solteiras no período do Segundo Tempo (antes da queda de Jerusalém em 70 EC).

Tu be Avi (15 de Avi) passou quase despercebido no calendário judaico por muitos e muitos séculos, mas foi rejuvenescido nas últimas décadas, Em sua versão moderna, está gradualmente lembrando o Dia dos Namorados, que ocorre nos países ocidentais.

Não há como saber exatamente quando Tu be Avi começou. A primeira menção desta data está na Mish ná (séc. 12), onde Raban Shimon ben Gamaliel é citado dizendo:

Não havia dias melhores, ou seja, mais felizes para o povo de Israel do que o décimo quinto do mês de Avi e  também a data de IYom Kipur (Dia do perdão), pois nesses dias as filhas de Israel, isso é Jerusalém, saiam vestidas de roupa branca que pegavam emprestadas para não envergonhar quem não as tinha, e dançavam em círculos nas vinhas (Tratado Talmúdico Taanit, 26;b;5).

Os sábios diziam: Jovem, por favor, levante os olhos e veja quem você escolhe para uma esposa. Não olhe apenas para a beleza, mas para aquela que vem de uma boa família, como diz o versículo: “A graça é enganosa e a formosura é vã, mas a mulher que teme ao Senhor será louvada” (Provérbios 31;30)

Deve-se notar que Tu be Avi, como vários outros feriados judaicos começa na noite entre os dias 14 e 15 do mês hebraico, já que esta é a noite da lua cheia em nosso calendário. Ligar a noite de lua cheia com romance, amor e fertilidade é comum em várias culturas mais recentes, tendo como meta o casamento

O dia de seu casamento se refere ao dia da entrega da Lei (Torá). E no dia da alegria de seu coração, isso se refere à construção do Templo Sagrado (Beit Ha Mic dash).

Guemará fornece seis motivos para a celebração de Tu be Avi, cinco dos quais são comemorativos e o sexto sazonal.

1) As tribos foram autorizadas a se casarem entre si.

2) A tribo de Biniamin (Benjamim) foi autorizada a se juntar à nação

3) A geração do deserto deixou de morrer no último ano.

4) Os mortos de Beitar foram enterrados

5) Os guardas de fronteira, impedindo as pessoas do norte de virem para Jerusalém, foram removidos

6) Fim do tempo de corte de lenha para o altar.

Vamos falar um pouco a respeito da visão judaica do casamento.

Você sabia que quando a Torá fala sobre casamento em Gênesis (Bereshit), diz que um homem “adquire” sua esposa? O que significa isso? Você pode ficar menos romântico? Mas mais do que isso, para nossos ouvidos modernos, parece tão primitivo e retrógrado.

A Torá pensa que as mulheres casadas são apenas propriedade de seus maridos? Se esta é a visão judaica do casamento, é positivamente digna de vergonha. Mas e se entendemos tudo errado? E se “aquisição” não for sobre propriedade?

A visão Bíblica da submissão no casamento não é sexista – longe disso. Também responde a algumas das perguntas mais fundamentais sobre o amor: Por que as pessoas se casam? O que buscamos em nossos relacionamentos amorosos?

Muitos casamento são marcados nessa data (15 de Avi)  para celebrar o encontro de duas almas.

TU be AVi(15 de Avi), está revestido com um véu, a ser explorado no mais profundo e revelador sentido.

Veja o seguinte:

O véu da noiva pode ser intensamente íntimo, pois é o momento em que ambos, noiva e noivo, significam sua preparação para se casar. O véu em si é realmente um dispositivo notável; é capaz de simultaneamente ocultar e revelar. A noiva usa véu exatamente por isso: transmite uma sensação de segredo sem obscurecê-la completamente. Podemos ver seu rosto através do véu, mas não todos os detalhes. Podemos perder o brilho travesso em seus olhos, ou uma lágrima, ou mesmo toda a força de seu sorriso. E a perspectiva da noiva sob o véu tem uma aparência suave e silenciosa. Ela pode se sentir escondida enquanto ainda tem a capacidade de ver.

Os véus são mencionados tão raramente na Torá que vale a pena examinar sua aparência. Em cada caso, algo está escondido de um dos personagens, mas revelado ao leitor. Na porção da Torá chamada hayê Sará, a primeira menção de um véu na Torá, que ocorre quando Rebeca (Rifka) chega ao Deserto de Neguev e vê Isaac pela primeira vez.

E Isaac saiu andando pelo campo à tarde e, olhando para cima, viu camelos se aproximando. Levantando os olhos, Rebeca (Rifka) viu Isaac. Ela desceu do camelo e disse ao servo: “Quem é aquele homem que caminha no campo em nossa direção?” E o servo disse: “Esse é meu senhor”. Então ela pegou o véu e se cobriu. Gênesis (Bereshit 24;63-65).

Curiosamente, essa necessidade de modéstia não surge em nenhum outro momento durante a jornada para seu novo lar. Nem estava usando um véu quando conheceu o servo no poço. É somente ao ver seu noivo Isaac pela primeira vez que ela sente a necessidade de se cobrir com o véu. Ela esconde seu rosto da única pessoa que tem interesse em vê-lo! O que está oculto em Isaac é revelado a todos os outros personagens, bem como ao leitor. Já nos falaram da beleza de Rebeca; apenas Isaac ainda não a contemplou.

Rebeca sabia que quando conhecesse Isaac sua vida mudaria; ela marca esse momento cobrindo o rosto com um véu, revelando seu consentimento para se casar. Assim também em nossas vidas, pode ser apenas o mais puro dos tecidos que separa o que é sagrado do que é profano. Que possamos sempre ver esses momentos com a mesma clareza que nossos ancestrais.

Como ajudar os noivos.

Há muitas oportunidades para a bondade no que diz respeito à ocasião feliz de um casamento. Existem duas categorias principais a este respeito: uma é acompanhar os noivos até o dossel do casamento (hupá – lê-se rrupá em hebraico) se preparar para o casamento, e a outra é ajudá-los a aproveitar o casamento o máximo possível. Essas duas formas de ajudar a noiva e o noivo constituem mitz vote(mandamentos) rabínicos.

Existem outras maneiras pelas quais se pode ajudar os noivos, como ajudar nos preparativos do casamento, além disso, é uma grande mitz vá por si só ajudar duas pessoas a se casarem. Essas gentilezas constituem um cumprimento do preceito de ‘amar ao próximo’.

Além disso, a mitz vá de emular “ser como D-us”, é cumprida quando se ajuda os noivos. Onde vemos que o Altíssimo participa dos casamentos das pessoas? Os rabinos nos dizem que Adão e Eva eram os protagonistas do primeiro casamento, e o único espectador foi D-us, por assim dizer, Ele providenciou que o cabelo da Eva fosse arrumado, adornando-a com 24 ornamentos para o casamento, e a trouxe para Adão. Assim, vemos que ajudar as pessoas no processo de casamento é uma forma de emular D-us.

A mitz vá de acompanhar a noiva e o noivo ao casamento era tradicionalmente realizada acompanhando a noiva de sua casa até o dossiel (hupá). Hoje em dia a obrigação é cumprida quando os homens acompanham o noivo, enquanto ele cobre o véu da noiva.

O preceito de dar alegria aos noivos é cumprido dançando alegremente na frente deles e dizendo coisas agradáveis, como exaltar as virtudes da noiva ao noivo. Nos casamentos ortodoxos, os convidados mostram grande entusiasmo na dança e no entretenimento dos noivos. A ênfase está totalmente em dar-lhes alegria, ao invés de se divertir. Os rabinos falam duramente de pessoas que vão a casamentos e comem a comida servida lá, mas não tentam agradar os noivos. Em contraste, eles falam muito favoravelmente de pessoas que dão alegria aos noivos.

As pessoas que experimentam uma ocasião feliz realmente apreciam quando os outros compartilham sua alegria. Assim, dar alegria aos noivos é uma grande gentileza, mostra a eles que realmente sentimos a alegria deles.

É famosa a crença de que o grande Rabi Yonatan ben Uziel foi um dos poucos cabalistas conhecidos que nunca se casou. Antes de deixar este mundo terreno, ele prometeu que ajudaria a todos que visitassem seu túmulo, pedindo ajuda para encontrar seu parceiro de alma.

O local onde ele repousa, é um túmulo único, localizado em um vale, no meio das florestas das montanhas da cidade de Tsefat (Safed), no norte de Israel, e é um lugar de peregrinação muito famoso para pessoas solteiras procurando seu parceiro (a).

É importante saber, que ensinam nossos sábios, que aquele que pede pelo outro, merecerá ser atendido primeiro em seu pedido.

Para aqueles que ainda não encontraram sua “alma gêmea”, aproveitem essa data tão especial (15 de Ave), que neste ano de 2022, vai cair na noite de quinta-feira e durante a sexta-feira dia 12 de Agosto,  para rezar à D-us para que lhe conceda o que você merece!

Então, que tenhamos muito em breve, Mazal Tov (Parabéns)!

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