Depressão – A Visão da Torá

David

29/05/2025 - 19:33

DEPRESSÃOA Visão da Torá

Sendo um tema que não se pode ser ignorar, principalmente nos dias em que vivemos, a depressão está cercada de estigma e falta de compreensão, afetando inúmeras vidas, incluindo aquelas em diversas comunidades.

O Rebe de Lubavitch menciona que o medo, angústia e depressão são fatores fundamentais que impulsionam grande parte do comportamento humano atualmente. Em sua forma mais severa, elas paralisam as pessoas. Como podemos lidar com essas forças?

Muitas vezes, leio e reflito sobre as profundas batalhas que muitos enfrentam em silêncio. Ao explorar a perspectiva judaica sobre a depressão, descobrimos não somente o reconhecimento dessa luta, mas também uma abordagem abrangente que integra corpo, mente e espírito.

Uma questão crucial que deve ser considerada ao lidar com o tema da depressão é a seguinte: segundo a Torá, a depressão é uma condição física, uma enfermidade psicológica, uma doença espiritual ou algo completamente diferente? Vamos analisar algumas declarações rabínicas sobre este tema. Rabino Akiva Tatz escreve: “Não há negatividade no momento de uma criação. Enquanto a energia criativa flui, a depressão e o desespero não têm lugar. A raiz espiritual da depressão é a falta de crescimento da personalidade, de evolução pessoal. Com o passar do tempo, quando nada de novo está sendo construído, quando tudo está estático e a impossibilidade da ação, a alma sente a mão fria da morte. A tristeza do fim da vida é que a atividade não é mais possível, nenhuma mudança pode ser gerada e tudo está congelado. Essa é a diferença essencial entre a vida e seu oposto, e a alma tem uma premonição desse estado final quando está inativa neste mundo. Este é um profundo entendimento sobre a depressão, e por isso que a cura para a depressão é a atividade; a princípio, qualquer atividade com propósito, mas que deve mais rapidamente conduzir à atividade da alma, ao movimento de crescimento.” De acordo com Rabino Tatz, a estagnação espiritual é uma das principais causas da depressão.

O judaísmo não ignora as nuances das emoções humanas; em vez disso, as acolhe. Nossos sábios reconheceram que a vida é repleta de dificuldades — sejam elas provenientes de circunstâncias externas ou de conflitos internos. O Talmude nos ensina sobre o sofrimento, reconhecendo sua presença como parte da experiência humana. Essa compreensão nos permite abordar a depressão não somente como uma doença, mas como um aspecto relevante de nossa jornada espiritual.

Sei que pessoas que lutam contra a depressão e sentimentos de tristeza podem levar a insights profundos e desenvolvimento pessoal. A dor emocional muitas vezes serve como estímulo para uma auto exploração mais profunda e uma conexão com a própria fé. Ela nos compele a fazer questionamentos difíceis: O que realmente consideramos importante? De que maneira encontramos significado em nossos desafios?

A depressão é o fundo do poço. Não há nada de positivo na depressão. A paixão pode ser convertida em algo bom, o ciúme pode impulsionar alguém, até mesmo a raiva pode ser justificada como indignação válida. Porém, a depressão? O que pode haver de bom em não avançar?

Quando alguém está feliz, ela goza de saúde! A verdadeira felicidade ocorre quando cada sentido, cada habilidade, cada neurônio e cada membro está em sintonia e funcionando harmoniosamente. Quando alegre, a pessoa consegue realizar seu propósito de vida, tudo o que ela é, todo o seu propósito. Por esse motivo, a depressão é tão rejeitada. Isso se deve ao fato de que a depressão representa uma renúncia ao propósito, ao significado, ou seja, ao sentido da vida.

Todavia, é indiscutível que há pessoas cuja criação e trajetória de vida oferecem todos os motivos para serem felizes e despreocupadas, mas ainda assim enfrentam uma depressão profunda desde seus primeiros anos. Elas podem lutar contra isso, e existem várias abordagens para manter a depressão sob controle — como apoiar-se em bons amigos, bons médicos e muita força de vontade. Mas não há dúvida de que há algo nelas que as torna muito mais suscetíveis a essa condição em comparação a outras pessoas. Portanto, a pergunta é pertinente: por que um Criador onisciente colocaria em Suas criaturas alguma falha que luta contra o próprio propósito para o qual foram criadas?

Como mencionamos, se o nosso Criador a colocou em nós, deve haver um objetivo para essa condição. Um propósito onde ela desempenhe uma função valiosa e ajude a promover uma vida saudável. Se está causando dor, isso deve ser porque não está no lugar adequado.

O sábio Rei Salomão em Eclesiastes (Kohelet) ensina que: “De toda tristeza há uma vantagem”. Isso significa que, embora a tristeza em si não traga vantagens, ela pode gerar benefício quando desaparece. Mas será que existe alguma vantagem na depressão?

Sim, há um aspecto: uma pessoa deprimida sente-se muito diminuta. Isso é, de certa forma, pode ser visto como positivo, porque ao se sentir pequena o suficiente, a pessoa poderá escapar entre as grades de qualquer cela de prisão. Principalmente das celas em que ela mesma construiu.

Outras pessoas abordam a depressão sob uma perspectiva distinta: O Rabino Aryeh Ackerman, diretor de “12 Passos para a Autoestima”, escreve: “Suas emoções existem para motivá-lo a agir. A culpa sinaliza a necessidade de mudança, a dor sinaliza que você deve cuidar de si, enquanto o tédio, a depressão ou a ansiedade sinalizam para si a necessidade de promover uma mudança. Muitas pessoas que enfrentam dificuldades emocionais ou comportamentais, e que buscam tratamento psiquiátrico para depressão, estão deprimidas por um longo período de suas vidas como resultado de sua autoimagem negativa. Medicamentos antidepressivos geralmente não ajudam essas pessoas. Em vez de o terapeuta tentar descobrir o que está errado com o paciente, ele deve tentar apontar seus pontos positivos. A Torá confere um significado intrínseco a toda a vida, independentemente das conquistas alcançadas. A autoestima e a felicidade são interdependentes. A esperança está para a alegria, assim como o desespero está para a depressão. Conforme o Rabino Ackerman, há uma forte ligação significativa entre a autoestima de uma pessoa e sua vulnerabilidade à depressão.

Uma terceira perspectiva é evidente, conforme observa o Rabino Twerski. Ele menciona: “É curioso notar a perspectiva histórica da depressão. O termo frequentemente utilizado na literatura da Torá, e aquele empregado pelo Rambam (Maimônides), é Mará Shechorá, que se traduz literalmente como “bílis negra“. Este termo deriva do antigo entendimento, ou seja, do conceito fisiológico de que existem quatro “humores” ou substâncias líquidas fluindo por todo o corpo humano. São eles a bílis branca, a bílis amarela, a bílis vermelha e a bílis negra. Segundo essa teoria antiga, uma pessoa goza de boa saúde quando todos os quatro humores estão em harmonia, cada um existindo na proporção adequada. Se esse frágil equilíbrio for de alguma forma rompido, a consequência é a doença. A depressão ocorre quando há um excesso desproporcional, ou seja, um desequilíbrio da bílis negra, originando assim o termo Mará Shechorá para descrever a depressão. Essa terminologia antiga foi transportada para o português moderno, que ainda mantém o termo “melancolia” (melan = negro, colia = bílis – mau-humor) para referir-se à depressão. Em meados do século XIX, houve uma mudança significativa no pensamento sobre as causas da depressão, que foi acentuada por Sigmund Freud e seus discípulos.

A prisão mais restritiva de todas as prisões é o ego. Uma pessoa excessivamente obcecada por sua própria autoestima, jamais alcançará a felicidade. Em primeiro lugar, porque a maior parte da felicidade reside nas coisas simples — e quando você se considera grandioso, essas pequenas alegrias se tornam insignificantes demais para merecer seu interesse. Em segundo lugar, ao se perceber importante, não existe um limite para quão importante você acredita ser — logo, não há limites para o que você acha que merece.

Uma pessoa humilde acredita que não merece nada — cada coisa que recebe é vista como um presente surpreendente. E ela é suficientemente modesta o suficiente para notar as pequenas alegrias da vida. Na verdade, aos seus olhos, essas pequenas coisas não são menores — elas se destacam

A espiritualidade judaica oferece várias práticas que podem apoiar aqueles que enfrentam a depressão. A oração (tefilá), a meditação (hitbodedut) e o estudo (aprendizado da Torá) são métodos pelos quais se pode conectar profundamente consigo mesmo e com D-us. Tais práticas promovem a consciência plena e incentivam a autorreflexão sobre as emoções, sem críticas.

Por exemplo, a prática diária de exercícios de gratidão, baseadas nas bênçãos matinais Birkat HaShachar, permite que as pessoas cultivem a apreciação mesmo em meio à escuridão. Ao focar em pequenos momentos de alegria — como o calor da luz do sol ou risadas compartilhadas com entes queridos — mudamos nossa perspectiva do desespero para uma visão de esperança.

Uma abordagem holística abrange não somente o bem-estar emocional e espiritual, mas também a saúde física. O judaísmo nos ensina que a vida é sagrada — o corpo é como um receptáculo para a alma — e enfatiza o cuidado com o nosso corpo físico por meio de alimentação adequada, exercícios e descanso. O movimento contribui para liberar a energia reprimida.

Finalmente, a busca por ajuda profissional não deve ser negligenciada ou vista com preconceito. Aliás, é muito mais comum do que as pessoas pensam. Procure verdadeiros profissionais de saúde mental, como Psicólogos e Psiquiatras com suas especializações e áreas de atuações, que respeitem as crenças religiosas —, e em muitos casos, dependendo da idade, colaborando conjuntamente com pedagogos, podem oferecer orientação e apoio inestimáveis, adaptados às necessidades individuais.

Então por fim, levante seu coração e confie em D-us, fortalecendo-se, inserindo assim lucidez em sua existência. Tenha fé, que o ajudará a encontrar seu propósito na vida, focando suas energias nesta direção. E lembre-se, como diz o Rebe de Lubavitch: “mesmo em meio às sombras, um pouco de luz (espiritual) afasta a escuridão”, fazendo irromper a verdadeira alegria.

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Quais as INFLUÊNCIAS no ZODÍACO, relativas ao meu NOME e sua retificação (Tikkun)
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Valores Numéricos de SEU NOME – Diversos sistemas Cabalísticos
Encontramos na Torá – Bíblia – NOMES para EMPRESAS e PRODUTOS
Encontramos SEU NOME na Torá (Bíblia) – Indicando o VERSÍCULO
NOVO NOME – Qual é o MELHOR para MIM?
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