A Rainha ESTHER

David Zumerkorn

14/03/2024 - 20:41

A Rainha Esther

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Esther, a heroína da história de Purim, tinha dois nomes diferentes. Conforme afirma o versículo (Esther 2:7): “E ele {Mordechai – Mardoqueu / Mordecai} criou Hadassá, que é Esther, filha de seu tio.” Justamente dois nomes porque tinha uma identidade dupla. Ela foi chamada de Hadassá, que significa murta porque ela era justa, já que a murta é uma metáfora para retidão e possui uma fragrância doce e um sabor amargo, assim como Esther também foi doce para Mordechai e amarga para o malvado Haman.

Seu nome hebraico era Esther, que significa ocultação, porque ela escondeu sua identidade judaica enquanto estava no palácio de Achashverosh (Assuero / Artaxerxes). Outros dizem que Esther é um nome persa “Ishtar”, que significa (Vênus). O nome Esther representa a capacidade de se misturar à sociedade persa e viver a vida de uma rainha persa, mas, ao mesmo tempo, viver uma vida secreta como uma judia leal ao seu povo.

Outra citação diz que Esther é identificada como “Hadassá, que é Esther”. Hadassá significa “murta” em hebraico, então isso é bastante simples. Mas o que é Esther? Acontece que é um nome persa, relacionado à “estrela da manhã”. Em hebraico, está relacionado com a raiz da palavra “oculto”, já que a intervenção de D-us esteve oculta durante todo o desenrolar dos acontecimentos. Superficialmente, tudo o que se vê é uma história dramática de intriga palaciana, mas nos bastidores cada desenvolvimento foi intimamente guiado por Sua mão.

A rainha Esther que era órfã e foi criada por seu tio Mordechai e acabou casada com o rei Achashverosh. Mas ela não revela sua herança judaica ao rei e fica sabendo de um plano para matar todos os judeus do conselheiro do rei, Haman. Ela reconhece que precisa implorar pessoalmente ao rei para salvar seu povo, mas sabe que este ato é uma grave transgressão. Ela jejua por três dias, vai até o rei, enfrentando muitos obstáculos, enquanto viaja pelo palácio, mas protegida por anjos. Sua bravura lhe valeu um lugar entre as sete profetizas, e ela é lembrada como a responsável pela libertação de Israel.

Outra citação diz que Esther é identificada como “Hadassá, que é Esther”. Hadassá significa “murta” em hebraico, então isso é bastante simples. Mas o que é Esther? Acontece que é um nome persa, relacionado à “estrela da manhã”. Em hebraico, está relacionado com a raiz da palavra “oculto”, já que a intervenção de D-us esteve oculta durante todo o desenrolar dos acontecimentos. Superficialmente, tudo o que se vê é uma história dramática de intriga palaciana, mas nos bastidores cada desenvolvimento foi intimamente guiado por Sua mão.

⇓⇓  Segue o texto após a divulgação ⇓⇓

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As origens de Esther, adotada por Mordechai

Esther era filha de Avichail, filho de Kish, descendente do rei Shaul (Saul), cujo pai também tinha o nome de Kish.

Diz o Midrash que o pai de Esther morreu durante a gravidez de sua mãe, e esta morreu durante seu parto (Esther Rabá  6:5; TB Meguilá 13a). Como resultado da morte de sua mãe, Mordechai teve que cuidar de Esther desde seu nascimento. De acordo com a fonte citada, a esposa de Mordechai amamentou a criança (Midrash Tehilim, em Tehi. 22:23).

A tradição babilônica afirma que Esther também era esposa de Mordechai. Em Esther 2:7  temos: “Mordechai a adotou como sua própria filha [literalmente: tomou-a le-bat]”, o que o midrash entende como: Mordechai tomou-a le-bait, isto é, como esposa (TB Meguilá loc. cit.). Esta exegese lança a narrativa bíblica sob uma luz diferente. Esther foi levada para o harém real apesar de ser casada, o que agravou ainda mais sua lamentável condição. Isso também leva a uma compreensão diferente do envolvimento de Mordechai, enquanto ele caminha pela corte real preocupado com sua esposa.

Mordechai é mencionado (Esther 2:5) como sendo benjamita, do qual os rabinos assumiram que Esther também veio desta tribo. Em referência à sua linhagem, os rabinos afirmam que ela continuou o caminho dos membros de sua tribo: Rachel, Beniamin (Benjamim) e Saul (Ber. Rabá  71:35). Na bênção de Yaacov (Jacob) a seus filhos, ele abençoa Beniamin (Bereshit 49:27): “Beniamin é um lobo voraz; pela manhã ele consome o inimigo, e à noite ele divide o despojo”, o que os rabinos aplicaram a Mordechai e Esther. Assim como um lobo se apodera de seus despojos, Esther também se apoderou do trono; da mesma forma, Mordechai e Esther dividiram os despojos de Haman entre eles (Ber. Rabá)

A festa de Purim é o momento em que aprendemos a ver além da máscara e da ocultação. A história de Purim demonstra que a pessoa que pensávamos ser Esther era Hadassá o tempo todo. Embora parecesse que a presença de D-us havia desaparecido, na realidade, D-us esteve presente o tempo todo, orquestrando os eventos que levaram à salvação. A energia Divina de Atzilut (“O Mundo da Emanação” sendo o mais elevado dos quatro mundos em que existe a Árvore da Vida Cabalística) desceu aos mundos inferiores, mas manteve a sua ligação com Atzilut. Assim, o milagre de Purim foi um milagre revestido da natureza.

Interessante a nível de cabalá, o nome Purim פורים tem o valor numérico de (80 +   6 + 200 + 10 + 40) = 336, o mesmo que três vezes os dois Nomes de D-us juntos (Ado-nai Elokim – י-ה-ו-ה  א-להים ).

3 x (10 + 5 + 6 + 5   +  1 + 30 + 5 + 10 + 40) =  3 x  (26 + 86) = 3 x 112 = 336. 

O Nome Elokimא-להים,  tem o mesmo valor numérico (86) de (HaTeva הטבע – A Natureza), corroborando com acima dito, “milagre revestido da natureza”.

Da mesma forma, Purim é o momento em que desmascaramos nossa Esther interior. Em Purim percebemos a dupla realidade de nossa alma, não apenas a parte de Esther que sentimos em nossa mente consciente, que vem através da ocultação da máscara, mas Hadassá, a essência de nossa alma, cujo amor a D-us é ilimitado. Em Purim experimentamos o âmago da nossa alma, o que leva à alegria ilimitada.

A escolha de Esther como rainha

Ironicamente, precisamente na festa que celebrava a realeza de Vashti (Vasti), ela irritou seu marido bêbado e foi executada por ele. Involuntariamente, ela preparou o caminho para que Esther fosse escolhida como rainha e salvasse seu povo.

O rei ficou solitário e procurou uma nova rainha. Ele ordenou que todas as jovens donzelas bonitas fossem reunidas em Shushan (Susã), onde seriam submetidas a um tratamento de beleza de doze meses no harém do palácio. Entre eles estava Esther, uma judia justa.

Embora as outras meninas pedissem cosméticos, pomadas, joias e roupas, Esther não pediu nenhum apetrecho para realçar sua beleza.  Ela não desejava impressionar o rei; em vez disso, ela secretamente tentou diminuir suas chances de encantar Achashverosh, para que ela fosse rejeitada e mandada para casa, para sua família.

Mas de todas as candidatas, Esther foi escolhida como a donzela mais bonita e foi coroada rainha. Tragicamente, esta piedosa jovem judia foi forçada a viver na sede da impiedade, a sede do império persa, famoso pela sua devassidão depravada.

Os rabinos incluem Esther entre as sete mulheres mais bonitas do mundo (TB Meguilá 15a). Esther encontrou graça aos olhos de todos que a contemplavam; cada pessoa pensava que ela era uma das mulheres de sua nação, que ele considerava atraente. Até Esther ser escolhida, nenhuma mulher poderia se comparar a Vashti em beleza. Foi somente quando Esther chegou que Achashverosh removeu a imagem de Vashti e a substituiu pela de Esther (Esther Rabá  6:11).

Em contraste, o Talmud Bavli (TB) também cita uma tradição de que Esther tinha uma tez “esverdeada [pálida]” e, portanto, era chamada de Hadassá; de acordo com esta tradição, Achashverosh foi atraído por ela porque ela era dotada de grande encanto (TB Meguilá loc. cit.). Os rabinos acrescentam que Esther encontrou favor aos olhos do céu e dos humanos (Esther Rabá  6:9).

No relato midráshico, Achashverosh governou inicialmente o mundo inteiro. Depois que ele matou Vashti, todas as terras se rebelaram contra ele; depois que ele se casou com Esther, cento e vinte e sete terras ficaram sob seu governo mais uma vez, e quando ele nomeou Mordechai como vice-rei, todas elas retornaram para ele (Midrash Tehilim, em Tehi. 22:26). Outra tradição compara Esther, que governou cento e vinte e sete províncias, a Sará, que morreu com a idade de cento e vinte e sete anos (Ber. Rabá 58:3).

Os rabinos também oferecem diversas provas de que o Livro de Esther foi escrito com o espírito de inspiração divina. Eles derivam isso dos vários versículos que refletem o pensamento dos personagens, ou que atestam ações das quais uma pessoa normal não poderia ter conhecimento, como “Haman disse a si” (Esther 6:6), ou a declaração definitiva, que só poderia ser conhecida por D-us: “mas não lançaram mão do despojo” (9:10). Este livro, portanto, tem a mesma santidade que os outros livros das Escrituras. Outra visão cita o versículo (9:27): “os judeus se comprometeram irrevogavelmente” – o que eles assumiram abaixo foi confirmado acima (TB Meguilá loc. cit.).

Esta compreensão do Livro de Esther está ligada à percepção de Esther como profetiza: ela está incluída na lista das sete mulheres profetizas (TB Meguilá 14a; Seder Rabá 21). O versículo (5:1) “Esther vestiu trajes reais” é interpretado como ela assumindo o espírito de profecia (TB Meguilá loc. cit.).

A Libertadora do povo de Israel

Os rabinos referem-se a Esther como a responsável pela libertação de Israel e comparam-na à lua, que brilhou para Israel na escuridão da noite. Como a lua, que “nasce” após trinta dias, Esther também disse (Esther 4:11): “Já faz trinta dias que não sou convocado para visitar o rei” (Shemot Rabá 15:6).

Esther estava pronta para se pôr em perigo e até mesmo dar a sua vida para salvar o seu povo, que por isso é chamado de “seu povo” (4:8): “para suplicar a ele pelo seu povo” (Shem. 30:4). Os rabinos comparam Esther ao filho do tio que resgata uma propriedade ancestral (Vaikrá 25:49) porque ela era sobrinha de Mordechai e Israel foi liberto através dela (Esther Rabá 10:13).

No Livro das Lamentações (Eicha), Israel lamenta (5:3): “Ficamos órfãos”, e Deus lhes promete a redenção dos órfãos e órfãos de pai e mãe (Eicha Rabá  5:3).

Esther iluminou Israel como a luz da aurora, enquanto esta luz em si era como trevas para as nações do mundo (Midrash Tehilim, em Tehi. 22:5).

Esther atende ao conselho de Mordechai, arquiteta um plano que desfaz os planos nefastos de Haman, tornando-se uma heroína do povo judeu. Embora a história de Esther seja impressionante no nível de intriga, bravura e aventura, ela se torna eterna por seu autossacrifício e fé inabalável.

Esther continua sendo um modelo não devido a sua beleza externa e não porque ela foi rainha de um império poderoso, mas por sua coragem e devoção interiores. O seu exemplo está diante de nós quando confrontamos os dilemas atuais, específicos do exílio, entre fé e razão; judaísmo e assimilação; conforto pessoal e pelo bem dos outros. Esther sacrificou sua vida, comprometendo seus próprios interesses, isto é, uma verdadeira heroína.

FELIZ FESTA DE PURIM!

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1 Comentário

  1. Marcos André Klein

    Grande Texto!!!
    Iesh coach Prof. David!

    Responder

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